terça-feira, 20 de abril de 2010

Orfeu

Quis ver o olhar dos arrogantes no sorriso dos inúteis,
Pois nunca esquecerei a beleza de ser o melhor,
Hoje, não adianta mais, a lagrima escorre pela sua falta,
Hoje estou a quilômetros de qualquer lugar.

Engraçado, o inferno te trás de volta, mas eu não,
E esse inferno interior que te sepulcrou, não amanhasse!
Ainda é escuro demais pra me ver, nem tente,
Ainda é cedo de mais para sermos lembrados.

Você seguiu pelo mesmo lugar, de pedras agudas,
O orgulho me feriu os pés e já não posso te acompanhar!
Sangro sozinho em desespero e você seguiu para o céu,
Não seria minha solidão uma saída, mas você escapou,
Não seria justo te prender em meu peito, e você fulgiu!
Inferno ou não, Orfeu não tem perdão! Eurídice, quem eis?

O luar clareia a noite em um sentimento, fragilmente, leve;
Seu olhar no escuro e a minha insônia no passado!
E o silencio prende-me os pulsos e meu rosto pálido
Em um reflexo de sanidade, mas digo sem medo:
“Um seu sorriso venha, mesmo que com outro,
E que você siga feliz, pois eu tento voltar ao Mundo!”.

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